10/06/2016

Estudar sim, estressar não dá!

Tá, mas você só estuda?” Com certeza em algum momento de sua vida acadêmica você aluno ou ex-aluno já ouviu esta frase, mas será que “só” estudar é uma atividade que pouco cansa física e psicologicamente como muitas pessoas pensam?
Estudar está intimamente ligado com a capacidade de o cérebro trabalhar corretamente, e apesar de ser um órgão pequeno, ele demanda muita energia, mais precisamente, 20% das calorias gastas pelo corpo para se manter funcional. Sabe-se que após um grande esforço mental a pessoa tende a comer mais como forma de compensar todo o estresse, apesar disso ainda não há comprovação de que pensar muito altera o gasto de energia comparando a quem não se esforça.
Apenas pensar pode não ser a melhor escolha para a queima de calorias comparado a atividades físicas mais vigorosas, mas o problema de estudar aparece com o excesso e com as grandes pressões pelo sucesso. Esses fatores em conjunto levam a um quadro de estresse, ansiedade e à temida depressão, que desencadeiam sintomas físicos como o cansaço, dores musculares, até mesmo falta de ar, através da liberação de hormônios (por ex. o cortisol – O hormônio do estresse crônico) e citocinas, moléculas envolvidas com a resposta imune do organismo.


Veja alguns dos sintomas mais queixados:


Dores de cabeça: Este sintoma clássico durante os estudos está relacionado com uma série de fatores como uma alimentação rica em gorduras e/ou cafeína até mesmo a baixa ingestão de água.
Dores musculares: O fato de permanecer parado por muito tempo em uma mesma posição, ou em posição desconfortável faz com que apenas alguns músculos trabalhem para manter uma postura, fazendo com que entrem em fadiga, gerando as dores. Levantar, e sair para dar uma volta durante 10 minutos, depois de uma hora de estudo ou trabalho pode melhorar essa situação além de dar um refresco para a mente.
Pressão alta e falta de ar: O estresse é considerado um desencadeador de pressão alta, pois existem alguns neurotransmissores que são responsáveis simultaneamente pelo controle das emoções e pela situação de alerta do organismo, que regula a pressão arterial e a sensação de falta de ar.
Constipação e diarreia: Lembra daquele desconforto antes do sorteio para apresentar o trabalho daquela matéria difícil,  ou da prova que vai decidir o semestre? Pois então, a Síndrome do Intestino Irritável é um quadro em que a pessoa tem diarreia, as vezes intercalada com constipação, geralmente antes de eventos importantes que geram ansiedade e estresse no indivíduo afetado.


A vida universitária impõe ao estudante uma série de desafios e obstáculos na busca por novos conhecimentos e uma profissão. Porém muitos dos fatores ligados ao adoecimento do estudante universitário aponta para questões biopsicossociais. As mudanças e as fases de adaptação e de aprendizagem se tornam um impacto a “nova vida” onde muitos(a) se encontram sozinhos/as.
Com isso, o papel da fragmentada universidade em promover e garantir saúde a população acadêmica acaba ficando no modo teórico. As políticas que deveriam resguardar a saúde do ou da universitária dentro de um curso de graduação/pós graduação, se encontram nas margens do financiamento ou de um plano de reitorado.
Prova disso, são os inúmeros casos de adoecimentos que acometem os/as estudantes. O resultado dessa sintomatologia emerge de um sistema de ensino opressor e hierarquizado onde se naturaliza exaustivas jornadas de estudo, conteúdos e disciplinas para alunos e também professores, que acabam por vezes cometendo ações que somam nos nocivos ingredientes de “patologização” da vida acadêmica.
O próprio ambiente universitário regido pela infinita competição entre todos e todas traz consigo a privação do ser em ser, sofrer, sentir e viver de forma a se tornar um profissional crítico e reflexivo com sua história dentro da acadêmia tendo a mesma apenas como lembrança de situações de pânico e terror. Tenho três provas essa semana o que devo fazer? O trabalho é tão grande que não sei se consigo acabar… Acho que vou beber uma garrafa de café para poder virar essa noite.
E assim o universo silencioso causa as mais diferentes formas de deterioração da saúde humana culminando em processos as vezes irreversíveis a nível de tratamento. Os desafios são gigantes e o olhar sistêmico a todos os conjuntos vividos e explicitados podem fazer a diferença com mudanças a nível social e na própria estrutura da universidade geradora de conflitos biológicos e sociais.
Sabendo destas complicações e problemas de quem estuda além da conta, pense duas vezes se isso o que está fazendo é realmente necessário, pense se isso fará diferença na sua vida a médio e longo prazo como daqui a um ano, e também faça a sua parte estabelecendo suas prioridades e tendo disciplina ao fazer suas atividades acadêmicas, tentando não deixar acumular por exemplo aquela matéria que você acha bobinha e que não irá te reprovar. Sua qualidade de vida agradece!!!
Por fim, não deixe de conferir nosso novo mural: “O que o estresse pode provocar no seu corpo” e interaja com a gente, exprimindo o que mais te aflige nesta vida seja acadêmica ou social. Isso nos ajudará a traçar um pouco do perfil dos principais problemas dos estudantes da FANUT.


Saiba mais:




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